A aplicação de uma combinação de CBD (canabidiol) e THC (tetraidrocanabinol) na proporção de 1:1 tem mostrado maior eficácia no tratamento da dor crônica comparativamente ao uso isolado de CBD por vários motivos. Estes são alguns dos principais fatores que contribuem para essa eficácia:

1. Efeito Entourage: 

A teoria do efeito entourage sugere que os compostos da cannabis podem ter efeitos mais eficazes quando usados juntos, ao invés de isoladamente. CBD e THC podem trabalhar sinergicamente para potencializar os seus efeitos terapêuticos, o que pode resultar em um alívio mais eficaz da dor.

2. Diversidade de mecanismos de ação: 

THC e CBD interagem com o sistema endocanabinoide de maneiras distintas. Enquanto o THC tem afinidade direta com os receptores CB1 e CB2, influenciando diretamente o sistema nervoso central e modificando a percepção da dor, o CBD atua por meio de múltiplos alvos não-canabinoides e pode modular a resposta do THC, reduzindo os seus efeitos psicoativos ao mesmo tempo que contribui com suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.

3. Redução de efeitos colaterais: 

A presença de CBD na mistura pode ajudar a mitigar alguns dos efeitos colaterais negativos associados ao THC, como ansiedade e psicoatividade. Isso permite que pacientes que podem ser mais sensíveis ao THC ainda possam se beneficiar de seus efeitos analgésicos sem experimentar desconforto significativo.

4. Melhor gestão dos sintomas:

A combinação de CBD e THC pode proporcionar uma melhoria mais abrangente nos sintomas de dor crônica, atuando em diferentes tipos de dor, como a neuropática e a inflamatória. Isso faz com que a terapia combinada possa ser mais adequada para uma gama mais ampla de condições de dor crônica.

Estudos clínicos e revisões têm indicado que essa abordagem combinada pode melhorar significativamente a qualidade de vida de pacientes com condições de dor crônica, oferecendo uma alternativa potencialmente mais eficaz e com melhor perfil de segurança comparado a opções de tratamento convencionais que frequentemente incluem opioides, que possuem alto risco de dependência e outros efeitos colaterais graves.